quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pesquisa de Mercado é Diferencial na Decisão das Empresas

Publicado em 18 de Maio de 2011


O empresário de pequeno e médio porte ainda não percebeu o potencial da pesquisa. Já grandes empresas tomam decisões depois de pesquisar o mercado.
Atibaia tem sido alvo de inúmeras pesquisas de mercado nos últimos anos. São grandes empresas e franquias que querem conhecer o mercado para saber se vale ou não a pena investir na cidade. Empreendimentos imobiliários também costumam pesquisar antes. O empresário local, porém, ainda não percebeu o potencial que a pesquisa tem para seu negócio.
Hoje é comum grandes franquias realizarem pesquisas na cidade. Eliane Dias Pires, diretora da Agência Perfil, diz que praticamente toda franquia faz a pesquisa antes. E não só em Atibaia. Pesquisam diversas cidades para saber qual é a melhor para o negócio. “Grandes franquias não se instalam em uma cidade sem saber se existe demanda, qual a aceitação daquele produto naquela cidade, aceitação da marca, qual o perfil do consumidor”, explica. Ela conta que já houve casos de pesquisas em Atibaia e Bragança Paulista que apontaram Atibaia como a melhor opção para determinada franquia. Outras apontam Bragança como o ideal para determinado produto.
No momento há franquias sondando o mercado local, mas Eliane diz que não pode divulgar nomes, pois não há a certeza de que Atibaia será escolhida para a instalação. Ela destaca, no entanto, que apenas grandes empresas têm procurado os institutos de pesquisa. “O pequeno empresário ainda não consegue enxergar a importância que tem a pesquisa. A pesquisa proporciona a base do marketing, que é saber a necessidade e o desejo do seu consumidor. Quem tem essa informação obtém vantagem. Com essas informações, diminui a área de incertezas e os erros são minimizados”, explica. “Por que vemos muitas empresas que abrem e fecham? Porque não existiu um estudo, uma programação de investimento. Teve o desejo de abrir o negócio, abre sem ao menos fazer uma pesquisa de mercado. Saber se existe demanda, o perfil daquela cidade. Às vezes existe demanda, mas é pequena, não é satisfatória”, continua Eliane.
A pesquisa pode indicar ainda qual o melhor local para o negócio que se pretende inaugurar. Hoje, por exemplo, a região da Alameda Lucas Nogueira Garcez tem crescido e o empreendedor pode achar que é a melhor localização da cidade. Mas dependendo do perfil do negócio, não é o local mais apropriado. “A pesquisa pode dizer se para o seu negócio é mais apropriada a região da Lucas, ou do Alvinópolis, ou o Centro...”.
Eliane explica que há dois tipos de pesquisa, a qualitativa e a quantitativa. A qualitativa trabalha com grupos de pessoas. Normalmente são reunidas de oito a 12 pessoas em uma sala, com perfil homogêneo, para discussões em grupo. As respostas são mais espontâneas, as pessoas dizem o que acham. “Dessas discussões podem sair inclusive as ideias criativas para uma campanha publicitária”, exemplifica. Já a quantitativa é mais voltada para tomadas de decisão. Na quantitativa as respostas costumam ser estimuladas. Por exemplo, o que a pessoa acha de determinado produto: ótimo, bom, regular, ruim. Mas é a pesquisa quantitativa que vai indicar o perfil do consumidor e permitir que o empresário decida se vale ou não a pena abrir o negócio.
E quem já tem uma empresa também pode usar a pesquisa de mercado. Com uma pesquisa de satisfação é possível saber se os clientes estão aprovando o atendimento e o que é preciso para melhorar. “É possível saber como os funcionários estão atendendo, se preços agradam consumidor, qual o tempo de espera, se tem algum produto que gostaria de comprar e não tem naquela empresa. Tudo é calculado para adequar o que já tem. Manter uma marca no mercado é um grande desafio. Assim como você lançou, outros também vão querer lançar”.
Eliane diz que o fato de o pequeno empresário não fazer pesquisas pode estar relacionado com falta de informação. “Assusta um pouco porque o empresário pensa que só políticos têm dinheiro para fazer a pesquisa. Acha que não tem condições de fazer, que é algo intocável, mas não é assim. É difícil dizer um preço padrão, depende da necessidade, mas não é algo impossível”.

PESQUISA ELEITORAL
Na região, o mais comum é a pesquisa eleitoral. Candidatos a deputado e a prefeito costumam encomendar pesquisas. Prefeitos que pretendem se candidatar à reeleição também costumam fazer pesquisas para saber a aceitação da população. Eliane diz que a Agência Perfil já fez diversas pesquisas na região. “Fazemos em todo o Estado e aqui na região já fizemos em praticamente todos os municípios”. A agência já começa a ser contatada por políticos para pesquisas visando as eleições de 2012. “As pesquisas começam agora, para serem traçadas as estratégias”.
Eliane diz que a agência tem um estatístico responsável e segue todas as regras do Tribunal Regional Eleitoral. Quando a pesquisa é entregue ao cliente, há orientação sobre os resultados. “Ocorre muito erro de interpretação das pesquisas eleitorais. Um dos mais comuns é a pessoa divulgar uma pesquisa porque aparece em primeiro e depois, ao perder a eleição, diz que foi erro do instituto de pesquisa”. Eliana explica que é preciso cautela na interpretação de dados. Por exemplo, se o candidato aparece em primeiro, mas tem grande índice de rejeição e o segundo colocado está próximo, pode ser um grave erro divulgar a pesquisa. “Os indecisos tendem a votar no candidato com menor rejeição”.
Eliane alerta que, tanto a pesquisa de mercado como a eleitoral é um produto perecível. Ou seja, ela é uma fotografia daquele momento. Se o empresário demorar seis meses para decidir abrir o negócio, pode encontrar um quadro diferente. A eleitoral pode mudar ainda mais rápido. Uma notícia na mídia ou um boato podem fazer diferença do dia para a noite.

Thais Otoni

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